segunda-feira, 7 de junho de 2010


A ILHA DO MOSQUEIRO: NA ROTA DA HISTÓRIA


CHAPÉU VIRADO

Século passado, primeiras décadas. Momentos que lá se vão carregados pela voragem do tempo. Cenas que não presenciamos e que buscamos reconstruir pelo poder da imaginação. Parece-nos ainda ver os visitantes em seus melhores trajes desembarcarem no trapiche da Vila e, ano após ano, seguirem alegremente em caleches e tilburis (carruagens de tração animal), no bondinho puxado a burro, no trenzinho conduzido por uma locomotiva a vapor apelidada de Pata Choca e nos ônibus de carroceria de madeira. Seu destino: o Chapéu Virado, lugar preferido pela elite de Belém por seu intenso bucolismo e uma paisagem de beleza paradisíaca.



Chapéu Virado é nome antigo em registros cartográficos (Ponta-do-Chapeo-Virado, atualmente Ponta do Farol), de origem desconhecida, talvez uma referência à forma da enseada (chapéu beirado), talvez lembrança da velha clareira ali existente, hoje praça, ontem “o lugar onde o chapéu virava” arrancado da cabeça dos caboclos pelo vento forte que ali chegava canalizado por diversos caminhos.

No final do séc. XIX e início do XX, entre os anos de 1.880 e 1.912, no apogeu da borracha, a ilha foi descoberta pelos estrangeiros que trabalhavam em Belém, nas empresas como a Pará Eletric, Amazon River, Port of Pará e outras. Ingleses, franceses, alemães, americanos, portugueses, libaneses e hebraicos estiveram na costa oeste da ilha e muitos construíram, inclusive no Chapéu Virado, vários casarões, cuja arquitetura é um misto de estilos europeus com a realidade climática local, em traços que vão desde o barroco ao neoclássico. Posteriormente, a elite da sociedade de Belém aderiu a esse movimento na busca do merecido repouso de fim-de-semana.

E eles vinham, gente ruidosa, elegante, feliz, antegozando o fim-de-semana no convívio da família e dos amigos, sentindo a magia da Ilha na fartura do verde e das águas, no beijo ardente do sol ou no aconchego do luar. Alguns se dirigiam a seus chalés, vivendas e retiros; outros buscavam hospedagem no Hotel Chapéu Virado, o famoso Hotel do Russo, prédio que ainda existe, porém como um condomínio de apartamentos.




Família reunida em frente ao Chalé Cardoso, no Chapéu Virado antigo (Fonte: Blog H. Baleixe).



Fachada do antigo Balneário Hotel Chapéu Virado ainda em madeira (Fonte: Blog Haroldo Baleixe).

A princípio, humilde pousada em madeira e casa de pasto sob a administração do francês Monsieur Pinet, o Hotel Chapéu Virado passaria depois a ser conduzido pela firma Ferreira Gomes Cia. e pelo especialista em hotelaria Sr. Manuel Tuñas. Em 1.936, foi adquirido pelo casal português Manoel Maria Fernandes Tavares e Dona Glória Marques Tavares. O Sr. Tavares construiu um anexo em alvenaria ao antigo prédio e, com seu retorno a Portugal em 1.939, a gerência do hotel ficou nas mãos de sua filha Dona Carolina e de seu genro, o português Antônio Joaquim Ferreira, o Russo, apelido oriundo da cor de seus cabelos. Foi, então, que um incêndio destruiu a primitiva construção em madeira e os novos proprietários receberam do prefeito de Belém Abelardo Conduru e, depois, do governador Magalhães Barata, em forma de ajuda, o pagamento de três parcelas de vinte contos de réis, como financiamento para a reconstrução do hotel.

Entretanto, esse prédio não é o único marco histórico do local. Bem no meio da praça está a Capelinha do Sagrado Coração de Jesus, edificada pelo Sr. Guilherme Augusto de Miranda Filho, como pagamento de promessa por ter recuperado a saúde na ilha, e inaugurada em 17 de dezembro de 1.909 pelo arcebispo efetivo de Belém Dom Santino Coutinho. É dessa Capela que, no segundo domingo de dezembro, sai o Círio de Nossa Senhora do Ó, padroeira do povo mosqueirense, com destino à Igreja Matriz.



O Russo e família em frente ao Hotel Chapéu Virado (Fonte: Blog HB, foto: Hermínio Pessoa).



Capela do Sagrado Coração de Jesus e, ao fundo o Hotel Chapéu Virado (Meira Filho, 1978).



Banhistas na praia do Chapéu Virado. Vê-se, ao fundo, a curva do Porto Arthur (Fonte: Blog HB).



Poeta Mário de Andrade (1927), em traje de banho masculino, no Chapéu Virado (Fonte: Blog HB).

Dois outros prédios destacavam-se nos limites da Praça do Chapéu Virado com a Avenida Beira-Mar, ambos de frente para a praia. Um deles ainda existe, embora parte de seu terreno tenha sido negociado e abrigue duas farmácias: trata-se da Vivenda Porto Franco, em estilo neoclássico, antiga residência da família do Sr. José Franco. O outro era o Chalé do Coronel Lourenço Lucidoro Ferreira da Mota (Dr. Loló), Presidente da Executiva do Partido Republicano do Mosqueiro; depois foi transformado em casa de hóspedes, passou a ser propriedade do Dr. Cypriano Santos e, finalmente, demolido para a construção do Edifício Lilian-Lúcia.



Vivenda Porto Franco (Foto: Regina, 1.978).



Chalé do Dr. Loló em 1.907 (Meira Filho, 1.978).

A pracinha do Chapéu Virado (Praça Abelardo Conduru), na confluência da Avenida16 de Novembro com a Avenida Beira-Mar, ocupa um lugar privilegiado de onde, através do antigo Caramanchão, pode-se divisar a magnífica baía do Marajó e assistir a um belíssimo pôr-do-sol. Um lugar que guarda lembranças de fatos históricos como a luta heróica e sangrenta de nossos avós cabanos em 1.836; a aterrissagem na praia, em 13 de outubro de 1.927, do avião “Breguet 118” vindo de São Luís do Maranhão e pilotado por Paul Vachet; a chegada ao Hotel do Russo, em 14 de junho de 1.959, da expedição que, vinda de Belém, percorreu a pé, na mata, o trajeto da atual estrada; a primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, no dia do Círio do Mosqueiro, em dezembro de 1.965; ou a presença, pela primeira vez na ilha, de um Presidente da República, Ernesto Geisel, que veio inaugurar, no dia 12 de janeiro de 1.976, a Ponte Sebastião Rabelo de Oliveira sobre o Furo das Marinhas.


Desbravadores traçando o percurso da futura estrada Belém-Mosqueiro em junho de 59 (Fonte: A. M. Filho).



Chegada dos expedicionários ao Hotel do Russo, na Praça do Chapéu Virado: o primeiro passo na futura estrada (Fonte: A. M. Filho).



Construção da estrada Belém-Mosqueiro (Fonte: A. M. Filho).



No Furo da Marinhas (1.965), uma placa que entrou para a História (Fonte: A. M. Filho)



Recepção à Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em 1.965 (Fonte: A. M. Filho).



A Imagem Peregrina é conduzida em andor no Círio do Mosqueiro de 1.965 (Fonte: A. M. Filho)

Os tempos mudaram, no entanto a pracinha do Chapéu Virado continua sendo atraente, embora sem o “glamour” do passado que levou Arthur Pires Teixeira a torná-la famosa em Paris e sem o Hotel do Russo, o Ponto Chique, onde a nata da sociedade de Belém se reunia em festas de caridade, bailes, concursos e jogos.

E a praça recebe os visitantes da ilha com uma linda visão da Copacabana Mosqueirense e despede-se deles com a certeza de que, em breve, estarão ali novamente, vivendo as alegrias de momentos inesquecíveis.



Visão aérea da antiga Ponta-do-Chapeo-Virado, hoje Ponta do Farol (Fonte: A. M. Filho)



Visão panorâmica da antiga praia do Chapéu Virado ( Fonte: Blog Haroldo Baleixe)

Informações publicadas no Blog de Haroldo Baleixe
http://haroldobaleixe.blogspot.com/2009/04/mosqueiro-ilhas-e-vilas-in-post.html
em


"Mosqueiro Ilhas e Vilas."

Coincidências deram origem a esta postagem:
Ao recuperar o livro Mosqueiro Ilhas e Vilas de Augusto Meira Filho, observamos que a dedicatória fora ao médico, acreano de nascimento, Hermínio Pessôa, um “grande mosqueirense” segundo Augusto.
Conseguimos fotografias tiradas na década de 1940 que registraram uma das viagens que o médico fez, com um grupo de amigos, à Ilha — é possível que Hermínio Pessôa seja o autor das fotos em que ele não aparece.
Encontramos na Internet uma crônica de alguém que diz ter frequentado os mesmos cenários da época: Francisco Simões (
www.franciscosimoes.com.br). Ele poderá comentá-los melhor que nós, contudo, menos que Augusto Meira Filho e Hermínio Pessôa.

Capa do livro Mosqueiro Ilhas e Vilas, publicado em 1978, com foto de Dilermando Cabral Jr.


O engenheiro civil Augusto Meira Filho em ilustração de seu livro Mosqueiro Ilhas e Vilas.


Dedicatória de Augusto Meira Filho ao "grande mosqueirense" Hermínio Pessôa.

Uma "ida" de Hemínio Pessôa — de mãos dadas à moçoila — com um grupo de amigos, na década de 40, à Ilha do Mosqueiro.

A viagem de barco — Hermínio substitui sua camisa.


O Balneário Hotel ("do Russo") Chapéu-virado: Bar do Hotel.

A parte térrea da fachada do Balneário Hotel ("do Russo") Chapéu-virado. Nos dois detalhes, no final desta postagem, vê-se a fachada completa com dois pavimentos e parte do bar do hotel.

O Balneário Hotel ("do Russo") Chapéu Virado.

Capela da Praça do Chapéu-virado.


"NA PRAIA DO CHAPÉU VIRADO
Em certos dias muito me atormenta a realidade em que tenho que continuar a viver sob os aspectos tanto nacional quanto global. Diria que o presente não soube construir o futuro com o qual, em meu passado, tanto sonhei.
Mas preciso viver e, apesar de tudo, continuar a alimentar meus sonhos embora o real os defina como meras utopias. Que seja, mas tento resistir para acreditar em mim mesmo, na vida, no amor, na poesia, ou eu seria um morto vivo.
Momentos há entretanto em que prefiro mergulhar no meu passado, reviver períodos de imensa felicidade com os quais a lembrança me premia em forma de saudade. Doce saudade, infância, família, paz, férias. Anos 40 a 50.
Algumas vezes meus pais nos levavam a viver deliciosas férias na praia do Chapéu Virado. Ela se localiza na Ilha do Mosqueiro, há alguns quilômetros de Belém (PA). Naqueles tempos a única forma de lá se chegar era uma viagem de cerca de 2 horas num pequeno navio. Ele cortava lentamente as águas doces da Baía de Guajará.
Hoje, pelo que sei, as pessoas podem chegar ao Mosqueiro por terra, de ônibus ou em seus próprios carros. Fico imaginando que a paz que tanto amei naquele paraíso deve ter-se mudado de lá atualmente. É possível que tenha levado o silêncio consigo.
O barco aportava no pequeno ancoradouro da Ilha. Dali nos dirigíamos em pequenos ônibus, antigos, ou em charretes, pelas ruas, todas de chão, até chegarmos à praia de Chapéu Virado. Confesso que não conheço a origem daquele nome, mas lhe caía bem.
Sempre nos hospedávamos no Grande Hotel do Russo, um senhor forte, grande, corado e muito amigo dos meus pais. Pela manhã acordávamos cedo, já nos trajávamos apropriadamente para a praia e, após o desjejum nos dirigíamos às areias de Chapéu Virado.
O Hotel tinha dois blocos, o antigo, mais confortável, localizado entre árvores, e o mais moderno, um tanto frio na estrutura e nos seus cômodos. Costumávamos ficar ora num ou no outro.
O nosso toque de recolher ocorria ainda muito cedo. Não havia TV e, ademais, a ansiedade na espera do sol para a manhã seguinte nos impelia ao sono logo nas primeira horas de cada noite.
A praia ficava bem em frente ao Hotel e a pouca caminhada. Meu pai era um exímio nadador e eu um péssimo aprendiz de.
Afinal o sêo Mário fora remador dos bons da equipe de primeira da Tuna Luzo Comercial, e também campeão paraense de remo, por vários anos. Ele fazia questão de me dar umas aulas juntando sua técnica a uma paciência de Jó. Acabei aprendendo mesmo, apesar de aquelas praias serem todas de água doce o que facilitava a gente afundar mais rápido. Mas o professor era ótimo.
Na continuação da praia, para a esquerda, estava a praia do Farol. Ele se erguia sobre umas grandes rochas. Correr e jogar bola eram atividades indispensáveis, além de tentar nadar. Íamos até o Farol pegar alguns moluscos. Havia muitos por lá.
Após o almoço eu gostava de dar umas escapadas, sair sozinho do Hotel e ir até à praia enquanto o resto da família tirava sua sesta. Criança tem lá suas limitações impostas pelos cuidados maternos e paternos, claro, mas como eu não era de dar muito trabalho conseguia momentos de fuga para curtir sozinho a orla marítima.
Agradava-me muito andar calmamente pela rua em frente à praia, apreciando a beleza das casas, sentindo a brisa fresca e amena daquele horário, aspirando fundo o ar puro e me deleitando com o cheiro delicioso das inúmeras mangas rosa.
Além do mais deixava meus pensamento voarem, e o ambiente era muito convidativo a meditar. Por outro lado eu já era um bom sonhador desde criança.
Entre as casas e a praia havia muitas mangueiras que também nos ofereciam sua sombra reconfortante. Quanta saudade daqueles maravilhosos momentos.
Nada havia a temer, apenas curtir e curtir muito aquele pequeno paraíso. Eu esquecia da hora e ia caminhando e parando, me deixando envolver pelo silêncio amigo enquanto minha mente de menino viajava por uma felicidade que parecia eterna.
Levava meus passos até o farol e de lá voltava no mesmo ritmo. Quantos anos se passaram, quantas décadas, uma vida quase inteira.
Ilha do Mosqueiro, praia do Chapéu Virado, um sonho real do passado que não voltará mais. Restaram essas lembranças maravilhosas que preenchem minha vida, ainda hoje, quando a realidade atual nos sacrifica ou desanima.
Francisco Simões. (Outubro / 2006)"
texto encontrado em: http://www.franciscosimoes.com.br/napraia.htm

Detalhe 01: vista da fachada do Balneário Hotel Chapéu Virado a partir da Capela.

Detalhe 02: vista da Praça do Chapéu Virado a partir do terraço do bar (esquina da Avenida 16 de Novembro) do Balneário Hotel.
Fotos gentilmente cedidas por Maria Isabela Faciola Pessôa.



11 de abril de 2009

Belém do Pará: a Ilha do Mosqueiro no início do século passado.

É intenção do Blog HB fazer uma série de postagens sobre atualidade e passado da Ilha do Mosqueiro (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosqueiro). Por isso digitalizamos os únicos cartões postais publicados no livro Belém da Saudade, 2ª edição — 1998 —, que ilustram aquele balneário. As imagens são creditadas à coleção de Vitorino C. Chermont de Miranda (VCM).
Uma fotografia obtida na biblioteca virtual do IBGE (http://biblioteca.ibge.gov.br/) — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — complementa este post. Na biblioteca do IBGE existem apenas duas imagens da Ilha: a desta postagem e outra da praia do Chapéu-virado que pode ser vista neste blog em Belém do Pará: acervo fotográfico do IBGE.


Não é a Ponte do Mosqueiro, mas o TRAPICHE da Praia do Areião, inaugurado em 1908 para atracação de vapores que faziam a linha Belém-Mosqueiro.


Praça da Matriz — Igreja de Nossa Senhora do Ó: a Maria grávida.


A mesma Praça da Matriz em momento de festividade.

Trapiche do Mosqueiro em época não informada no site do IBGE.

P.S.: As imagens podem ser ampliadas, contudo, do modo precário como foram conseguidas, não garantem uma melhor visualização.


Informações publicadas no Blog de Haroldo Baleixe
http://haroldobaleixe.blogspot.com/2009/04/para-ilha-do-mosqueiro-no-inicio-do.html

Mário de Andrade no Mosqueiro: Chapéu-virado, 1927.

Na postagem anterior publicamos uma crônica do paraense domiciliado em Cabo Frio (Estado do Rio de Janeiro) Francisco Simões (http://www.riototal.com.br/escritores-poetas/expoentes-021.htm) sobre a praia do Chapéu-virado na Ilha do Mosqueiro, uma das que compõem o arquipélago vizinho à cidade de Belém do Pará e dela são distritos administrativos.
O texto de Simões rememora férias passadas nas décadas de 1940 e 1950 naquela ilha fluvial.
Por e-mail Francisco Simões nos enviou uma foto clássica do paulistano modernista Mário de Andrade a banhar-se na Praia do Chapéu-virado no ano de 1927.
Encontramos fotografias da época e aproximadas, possivelmente entre os anos de 1927, 1928 e 1929.
As tomadas são nos arredores do Chalé Adélia e Chalé Cardoso — este último situado no Chapéu-virado nº13, ainda de pé.

Mário de Andrade na Praia do Chapéu-virado, possivelmente defronte ao ilustre "caramanchão".

Cena em tomada mais distante do "caramanchão", já defronte ao Chalé Adélia — ao fundo "trapiches particulares" alguns dos quais se refere Augusto Meira Filho em Mosqueiro Ilhas e Vilas.

Provavelmente defronte ao Chalé Cardoso — Chapéu-virado nº13. Na perspectiva, ao fundo, vê-se a Praia do Farol.

Crianças brincando às cercanias do Chalé Adélia, ou em seu quintal.

Exatamente defronte ao Chalé Cardoso — Chapéu-virado nº13.

Chalé Cardoso — Chapéu-virado nº13.

Defronte ao Chalé Cardoso — Chapéu-virado nº13. Ao fundo hoje temos a barraca ASMUN — extinta Associação dos Servidores Municipais de Mosqueiro.

Chalé Cardoso — Chapéu-virado nº13.

Foto tirada na Praia do Chapéu-virado defronte ao Chalé Cardoso — na perspectiva, ao fundo, vê-se a curva à Praia do Porto Arthur.

P.S.: Não temos informações sobre a autoria das fotos inéditas aqui publicadas.

Fotos gentilmente cedidadas por Maria Isabela Faciola Pessôa

Informações publicadas no Blog de Haroldo Baleixe em 11/04/2009
http://haroldobaleixe.blogspot.com/2009/04/mosqueiro-ilhas-e-vilas-in-post.html